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ME ESQUEÇA, POR FAVOR!

Porque me envias recados
com toques tão ofensivos
como se fosse dona da verdade,
raciocínio intempestivo
te pinto como covarde
pelo teu jeito explosivo.

O que tu queres de mim
se já tomaste a decisão?
foste com tua razão
promovendo tua mudança,
foste fria nessa andança
pelo calor da emoção. 

Tu chegaste de mansinho,
como a dona do mundo
destruístes num segundo
nosso bom relacionamento
me deixando em sofrimento
como se eu fosse um vagabundo. 

Tu erraste e não assumes
essa tua grande jogada
por outros fostes influenciada
a fazer o que tu fez,
mas tudo tem a sua vez
nos caminhos desta estrada. 

Pensaste que eu fosse cair
pelas valas ou sarjeta
vendo o breu das cores pretas
sem vida, sem luz, sem nada
apostaste na jogada
com malícia e com mutreta.

Essa tua prepotência
fez esse humilde crescer,
sendo minha forma de ser
com meu jeitão sempre assim:
serei simples até o fim
pela alegria de viver. 

Por estar neste caminho
cumprindo meu ritual,
num momento casual
conheci uma nova musa
que me aquece e que me usa
em noites, quando invernal. 

Confesso, sou teu escravo
dia e noite, toda hora
com abraços, sem demora
com toques de muito carinho
ao me chamar de benzinho
no rancho que a gente mora. 

Não toques mais no meu nome,
nem comente as minhas obras:
são simples e humildes sobras
que saltam da minha mente,
são lavras de fogo ardente
para queimar tuas dobras. 

Fica com tua soberba
junto a tua ignorância,
atropelaste com ância
toda forma de loucura,
vá viver tuas aventuras
de ti, eu quero distância! 

Me esqueças, por favor!
não me venha com covardia,
quero paz e alegria
com minha nova companheira:
ela traduz minha bandeira
no meu altar da poesia.