Planos

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Quando quis voar...

Tive medo.

Amei.

Sem concretizar,

desejei o seu abraço.

Relutei.

Feito aço,

meu coração não cedeu.

Imaginei que haveria tempo.

Sofri, planejei...

Deixei tudo em segundo plano.

Vivi amores, fui profano.

Até desisti de buscar.

Caminhei.

Arranhei-me em trilhas sangrentas.

Retornei.

Quis os seus braços, o reencontro...

Mas você não estava lá.

No lugar das luzes

havia cruzes,

era o sepulcro seu novo lar.

Quis reviver tudo.

Lamentei.

Refazer todos os planos?

Cadáveres não amam.

Decompostos,

os átomos não se excitam.

Quis fugir, ensaiei gritar...

Quando de repente,

envolvida em devaneios,

percebi que a vida,

vivida ou não vivida,

nunca há de voltar.

Carregarei minha cruz.

Não fui farol nem permiti que a luz,

emanada do amor que matei,

iluminasse novas vidas,

criando a descendência que tanto sonhei.

Iguatu-CE, 8 de fevereiro de 2015.

23h28min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 09/02/2015
Reeditado em 09/02/2015
Código do texto: T5130746
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