TERRA DE NINGUÉM
Neste mundo de estranhos e ambiciosos,
Já não há pátrias, nem nações,
Há apenas bandeiras e hinos nacionalistas,
De ideais, e muitas ambições,
É um lugar qualquer, é terra de ninguém,
Terra onde enterrei os sonhos,
Que trouxe comigo duma terra distante,
Onde os homens são medonhos.
Conheci então uma bandeira, uma Nação,
Hoje deixei de ter a noção,
Do que representam para mim,
Estou confuso, não quero desistir assim.
A crise material e moral capturou o homem,
Fez dele seu prisioneiro,
Em cumplicidade com a terrível globalização.
Que me feriu o coração.
Não há ninguém na terra que se reconheça,
Como ser humano feliz,
Passou a ser uma aberração da natureza,
Porque o destino assim quis.
Por muito que queira tirar o colete de forças
Que me prende os movimentos,
Não consigo, sou controlado nos momentos,
De me libertar das grilhetas.
Não há quem me valha, sou um anónimo
Não tenho nome, sou poeta,
Escrevo versos para ter prazer de eu ler
E dar a ler, faço de profeta.
Ruy Serrano - 08.05.2015