VERSINHOS PÓSTEROS


Em memória de mim... Guarda os versos
Q'eu um dia fiz em contentamento.
Ao fascínio da alma; em alumbramento;
E à luz dos sentimentos mais possessos

Guarda-os...! - Não os deixes dispersos.
Desprezados... Ao léo... Ou ao esquecimento, 
Por ti eu os fiz... Em oferecimento
E ao que havia em mim de mais confesso.

Leva-os sempre contigo... Pelo caminho,
A te dizerem de mim, ou do carinho
Que tantas vezes declamei por ti.

Ou, pra amanhã, quando tudo findo
- Nem eu... Nem você... Existindo -
As nossas alma hão de estar aqui!

                         Puetalóide



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COMENTÁRIO EM DESTAQUE


Poeta do meu amor; da minha alma; do meu coração!

Onde andavas, querido?
Porque te ausentasses tanto tempo do Recanto?
É justo privar-nos do teu lirismo, do teu encantamento poético?
Faz assim não, pois deixas-me aflita!
Somente tu sabes falar aos corações das coisas do coração.
Mas algo me preocupou em teu soneto:
- Porque em memória de ti?
- Acaso não estás bem?

Guardo carinhosamente cada verso teu, e lei-os como houvessem sido feitos para mim.
Ah, meu querido, como estou contente por te ver voltar.
Haja o que houver, não se afaste nunca mais deste espaço.
Quanto a mim, não estou bem.
Ou não estou tão bem como deveria estar.
E não vai demorar muito eu chutar o pau da barraca, jogar tudo pra cima, e sair correndo ao teu encontro.
Daí eu quero ver, frente a frente, cara a cara, olhando no olho, você dizer pra mim que não me quer nunca mais.

                         Fica em Paz, Vida Minha!
                         Beijos, Amado Meu!

                         - Anônimo -



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OS TEUS VERSOS


E virá o vento, em forma de brisa cálida
e se infiltrará entre as flores do caminho.
E num sibilar cadente em mensagem pálida,
dirá do quanto me envolve esse teu carinho...

Carinho que vem de ti, em forma de versos,
Versos que pedes, não deixes dispersos...
E não deixarei. Hão de seguir-me vida inteira
inda que isso seja, a promessa derradeira.

Deles não me esquecerei, guardando na memória,
onque vivemos, em amor, carinho, em sua calma
ao dizer contente que construimos uma estória...

Serão tal uma canção trazida pelo vento.
Tuas doces palavras ecoarão sublimes em minh'alma
e se perpetuarão, quando acaso, a morte fizer evento!

                         Simplesmente Romântica



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ETERNAMENTE


Sim, nossas almas estarão aqui
Enlevadas inda e sempre co'o amor...
Hás de ser pra mim o eterno cantor
Dos doces versos que de ti recebi

Em contentamento vieram de ti
E sinto tanto neles teu calor!
Vejo que a vida jamais foi incolor...
Não ficarão dispersos... Não os esqueci!

Testemunha do quanto me quiseste
Tua poesia ao mundo a anunciar
Que nos amamos tanto! Isso é inconteste!

Ah! E quando enfim tudo se acabar
De ti restarão os versos que me deste...
Uma saudade a magia a eternizar

                         Esther Lessa