PÓ DA ESTRADA
Outono em minha vida,
recolho os sonhos do chão.
Não cicatriza a ferida,
já vai bem longe o verão.
Era feliz e sabia,
o amor habitava meu ser.
Flertava com a poesia,
distribuía prazer.
Mas, de repente, o destino
trapaceou a razão.
Cruel, feriu o menino
que havia em meu coração.
Hoje espero por nada.
Quanto me custa viver !
Nos olhos, o pó da estrada,
é tudo que posso ver.