Os Canibais

Não há nada que sacie seus olhos

O que se constrói no meio da destruição

Os passos migalhados dos destroços

Intoxicante, inconveniente é esta canção.

Não há apego no seu desprezo

Não há ruínas sem ter tido construção

Os sentimentos fétidos no despejo

Da reflexão sem concentração

Somos animais racionais

Com valores econômicos e sem apreço

Encoleirados em marcas internacionais

Com um HTTP de endereço

Somos urbanos, somos animais,

Ouvindo nomes, cheirando cheiros.

Somos humanos, somos canibais,

Dos fracionados aos números inteiros.

Henrique Rodrigues Soares – Canibais Urbanos.