NO OLHAR

Eu fiz de tudo;
Calei meu canto,
Fingi de surdo,
Sequei meu pranto.

Eximi o peito,
De outros sentimentos,
Fiquei sem direito
A tantos momentos.

Segui seus passos,
Fidedigno como um cão,
Perdi meus traços,
Ingorei a razão,

A entrega foi total,
Pobre coração!
Desse erro fatal,
Restou a solidão.

Hoje sou rascunho,
De um ser a andar,
Com a dor em punho,
E desilusão no olhar.