TUA CUMPLICIDADE COM A LUA
Estou desperto como uma folha em branco,
O sono desertou, fiquei a contemplar a lua,
Ouço o trinar de aves noturnas que agoiram
Noite longa que é minha e também é a tua.
Imagino-te num deserto de areias movediças,
Que te prendem ao tempo que nos separou,
Desde o dia que me deixaste em entrelinhas,
Não posso dar mais do que tudo que te dou.
Exigiste mais do que tenho para te alimentar
Teus caprichos, teus luxos, teus desperdícios,
Vida supérflua de vícios e ousadas ambições,
Que afectam tanto projectos, como decisões.
Enfim, a lua escondeu-se, temendo que o sol
Descobrisse a sua indiscrição, por interferir
No meu despertar tranquilo, sem inquietação,
Pra começar um novo dia com mais ambição.
Ruy Serrano - 24.11.2015