PROFISSIONAIS IGNORADOS
O que eu tinha foi nas asas do vento,
Pra bem longe, fiquei com desalentos,
Com os espinhos e as urtigas cruéis
Espetados como punhais no coração
Que ficou a sangrar de tanta emoção.
Continuo perdido entre esta multidão,
Que me persegue onde aqui eu estou.
Ando metido num vulcão em erupção,
Perdi a identidade, não sei quem sou.
Já não há caminhos, nem há estradas,
Apenas estreitos carreiros de cabras,
Os mares andam irritados com ondas
Que põem em perigo minha salvação.
Gente tanta que teve sério desempenho
Profissional em tão diversas profissões,
Foram relegados para um terceiro plano,
Ignorando os parcos meios e proventos
E as suas doenças, com que mal vivem.
Ruy Serrano - 15.04.2016