Prisão

Noite fria, céu cinzento

Ouço o vento açoitando a janela

Quebrando o silêncio do triste aposento

Ali bem ao lado da capela.

Os móveis simples e empoeirados

Lembram meu coração machucado

Seu egoísmo, indiferença e desamor infundados

Destruíram meus sentimentos imaculados.

As paredes desbotadas e sem vida

Combinam com minha dor e padecer

A alegria que existiu um dia foi destruída

Fazendo minha alma sofrida adoecer.

A janela com os vidros quebrados

Onde passeia a névoa densa e gelada

Açoita meu coração enjaulado

Num labirinto de mentiras, uma cruel cilada.

Atordoada, sem visão, caio ao chão

Escorregadio, frio, constante perigo

Em vão tento me libertar do grilhão

Que é seu amor, que não é amor é castigo.

Catleya
Enviado por Catleya em 24/05/2016
Reeditado em 14/08/2017
Código do texto: T5645709
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