Prisão
Noite fria, céu cinzento
Ouço o vento açoitando a janela
Quebrando o silêncio do triste aposento
Ali bem ao lado da capela.
Os móveis simples e empoeirados
Lembram meu coração machucado
Seu egoísmo, indiferença e desamor infundados
Destruíram meus sentimentos imaculados.
As paredes desbotadas e sem vida
Combinam com minha dor e padecer
A alegria que existiu um dia foi destruída
Fazendo minha alma sofrida adoecer.
A janela com os vidros quebrados
Onde passeia a névoa densa e gelada
Açoita meu coração enjaulado
Num labirinto de mentiras, uma cruel cilada.
Atordoada, sem visão, caio ao chão
Escorregadio, frio, constante perigo
Em vão tento me libertar do grilhão
Que é seu amor, que não é amor é castigo.