São precisos dois

No telefone,

Era um dia de domingo frio

E tão nublado que, nos separa

Minhas palavras caiam

Como pingos de chuva

Que tingiam o chão

Eu estava querendo um horizonte

Mas sua fonte gelada

Não me permitia entrar

E assim poder te chamar

Para nadar

Nesse universo tão louco

São precisos dois

Para começar uma nova história

E caminhar pelos paralelepípedos

Sem olhar para os lados

Sem olhar para trás

São precisos dois

Eu estava intenso por algo novo

Mas você me viu como mais um

No telefone,

A cada mensagem recebida

Parecia como uma moeda

Jogada ao rio que passava por perto

Você recolhia

Não era mais fácil me devolver

Ao invés de guardar para si mesmo

E encher a esperança dentro de um bolso?

Eu estava querendo ir a montanha

Mas sua brisa gelada

Queria levar ao chão

E não entrava em seu coração

Só sentia uma escuridão

Em seu universo louco

São precisos dois

Para escrever uma linda poesia

E andar por todas as ladeiras

Sem olhar para cima

Sem olhar para o piso

São precisos dois

Eu querendo te fazer conhecer o mundo

Mas você me viu como mais um

Nós somos novatos

Em meio a esse lugar tão incrível

Eu querendo fazer de um capítulo

Em páginas bonitas

E você querendo rasgar as páginas

Jogando pelo vento

Como me enganei

São precisos dois

Para poder botar um par de asas

E sair por aí voando

Vendo um futuro

Assim como eu queria te encontrar

São precisos dois

Eu me entregando para o novo

E você me colocando ao velho

Eu te dei uma rosa

E você jogou as minhas pétalas.

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 06/06/2016
Código do texto: T5659322
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