Coroa De Espinhos

Tu és a tal,

Feita de pedaços de espírito alheio.

Porque finges essa divindade?

Porque ninguém vê

Quem realmente és?

Retiraste um bocado de mim,

E o emolduraste na parede.

Roubaste-me a expressão facial,

E eu, sem nada de mim,

Vivo num inferno.

E ardo sozinho,

Na chama que tu me ateaste,

Onde morro tão lentamente.

E o tempo, vagaroso,

Alimenta-se dum sofrimento meu,

Que é tão puro,

Tão branco,

E tão injusto.

Sérgio Peixoto
Enviado por Sérgio Peixoto em 17/06/2016
Reeditado em 10/08/2016
Código do texto: T5670514
Classificação de conteúdo: seguro