DERRADEIRO MOMENTO
Corre o sangue nas minhas veias,
Como correm os versos na minha poesia,
Vivo de ambos e com ambos,
Fazem parte eterna da minha vida.
O meu sangue encerra uma vida cheia,
Tal como os meus versos cantam,
Não me falta saúde e inspiração.
Para viver e escrever com o coração.
Faço dos meus versos o meu testamento,
Do espólio da minha poesia,
Longo e doloroso tormento,
Por não ter a certeza do meu último dia.
Esgota-se o tempo, o relógio não tem corda,
As horas passam velozes,
Os minutos e segundos são atrozes.
Calam-se as armas e as vozes.
E o pêndulo do relógio da minha vida irá parar um dia.
Ruy Serrano - 08.07.2016