ATA-ME, POESIA
Ata-me poesia, ata-me forte.
Minha fé anda abalada.
Ata-me ao canto e amarra
meu corpo ao mastro,
do juramento ando
esquecido.
Minha voz que te exaltava
talvez falhe diante da tribuna
dos cães malditos.
A barca dos eleitos me deixa no exílio,
nesta ilha ancorado o resto verborragia.
Na casca da noz, asa de pedra,
O continente não vinga.
Entre gritos sobrevivo,
na agonia do riso
ergo sobre o muro tua flor.
*
*
Baltazar Gonçalves