A vida imita a arte

Mais uma vez a cortina se fechou

as luzes se apagaram

sem esperança de novo ato

os olhos, marejados, a cegaram

Com mentiras, subterfúgios, falsidades

o enredo foi longo – cruel

enganando-se novamente

na plateia extasiada – ela, ferida com fel

Assistiu a peça tensa, com sofreguidão

coração aos pulos - um tempo nada aproveitado

e, aos prantos, da multidão ela saiu

como se entrasse em outro mundo limitado

O amor ... ah o amor que sempre dispensara

de inverdades ditas – mal ditas

foi, mais uma vez, recompensado com mágoa mal resolvida

que a deixou tão sofrida

Decidiu, com a maior certeza que já teve

que não retornaria aquele insano teatro

prá assistir a faca da morte

cravada em seu peito há tantos anos dilacerado

11/12/2016

Rosalva
Enviado por Rosalva em 12/12/2016
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