Fado

eu deixei

e saí

inúmeras vezes

do meu próprio ser

repetição infinda de padrões

que pulsam

se desfazem

tornam-se líquidos, sólidos, gelatinosos

em mim

eu vejo mas ninguém percebe

eu sinto o caótico soprar do porvir de uma desgraça

e o âmago, aflito pela tenaz sensibilidade daquilo que me rodeia,

alerta num clamor quase inaudível

que o que vivo, sinto, sofro

é o fado

criado por ninguém mais

senão por mim.

Amanda B
Enviado por Amanda B em 21/12/2016
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