VARIAÇÃO

Um chocolate quente

Batido no liquidificador

Adoçado na medida

Um gole

Um ser mole

Alimentando a ferida

Vivenda cerrada

A mil fechaduras

Edificada na areia

Insosso

O colosso

A alma pereia

No exterior

Em zero grau centígrados

O gelo é intenso

O chocolate

No peito bate

O frio propenso

Burlando o frio

Na lareira

O chocolate desce

O sabor

E a dor

Lágrimas floresce

Como pode

O frio abater

Um ser

Como pode

O calor desaparecer

Do ser

Emudecido na madrugada

À noite fora a dentro

Águas juntam-se as águas

O frio

Um calafrio

O fantasma e a mágoa

Solitário nas trevas

Saboreando o chocolate

Quente como lava

Na montanha a descer

Nadando a ferver

A alma lavava

Palavras, pra quê palavras.

A cena melancólica

A imagem já diz tudo

Um ser

A padecer

Não mais que mudo

O susto do espectro

Aprofunda-se no ego

Viaja mente a dentro

O espírito em figura

Empalidecido transfigura

No corpo, no centro.

Neves invadem

O corpo

Num fogo, morto!

Brasas voam

Ao coração

Como neve, emoção!

Envolto em um cobertor

O chocolate é bálsamo

O coração em salva

Aquece

Enaltece

O despertar da alma

Fervem o cérebro

Graus Excelsos

Cai na real

No tombo

Acorda do escombro

O imortal!

OSIASTE TERTULIANO DE BRITO

12/09/2008

Loanda – Paraná

Osiaste Tertuliano de Brito
Enviado por Osiaste Tertuliano de Brito em 20/04/2017
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