Luta em vão
Lutamos contra o inevitável
Contra o monstro da desilusão
Que se tornara cada vez mais ágil
E nossos beijos eram ações em vão
Contra esse inexpugnável abismo
Que se abria sobre nossos pés
Que usa artes de ilusionismo
Pra tornar nosso profundo amor, rés
Asqueroso ser intransigente
Ignora afinidades, os momentos felizes
Aproveita-se dos males aparentes
Pra mutilar sentimentos e deixar cicatrizes
Fizemos o possível, mas ele não deu trégua
Foi atacando nossos corações inexperientes
Agindo rápido, preciso como uma régua
Afastando corpos, apartando mentes
Tornamos-nos de uma frieza recíproca
Nos vimos compelidos a entregar os pontos
Entregar as armas foi uma ação inequívoca
Aquele ser havia nos deixado tontos
Terminamos o que já havia terminado
Apenas admitimos nossa derrota
Enfim, estávamos, apenas adiando
Esquivando-nos feito idiotas
Do que era certo como o calor do fogo
Mas doeu e dói tanto que irrita
E por esse motivo a Deus eu rogo
Não deixais que isso se repita
Não faças disso, da minha vida, o prólogo
Escrito por volta de 2005