Capita

E assim eu sigo

Procurando seus olhos na multidao

Arriscando o sim quando tenho o nao

E com um aperto no coracao

Eu indago sua intencao

Sera que vale se é unilateral?

Ou sera que voce quer mas nao diz?

Mas se quer e nao da sinal

É porque me querer nao é prioridade em si

E essa indecisao em mim

Em decidir por dois

Ja nao faz mais sentido

Sera que vai se arrepender depois?

De me abandonar quando eu precisava

De ter escolhido a mao errada

De perceber que o meu nada

É muito diferente da vida floreada

De quando eu me importava

Mas se amar é deixar ir

Eu amo, e respeito seu livre arbitrio

Porque se houve dúvida quanto a mim

Vá, como segunda opcao nao estou disponível

E se por ventura, nas voltas desse mundo

Seus olhos verdes voltarem para meu caminho

Todo aquele castelo de areia sucumbe

E só resta o vazio

Da esperanca do que poderia ter sido

De uma historia que eu queria ter vivido

De um homem que me encantou no principio

Mas que partiu sem deixar vestigio

E no final eu permaneço sozinha

Os olhos marejados, a dor virou rotina

Um grito no peito, uma lança na alma, no coração a neblina

Me importar demais foi minha sina

Ainda mais, quando o véu descortina

E expõe uma realidade que eu antes nao via

Da certeza que, no fim, o unico era igual à maioria

Porque por mais que os navios partam

Em busca de terras prometidas, imaginárias

Na maioria das vezes naufragam

Sem perceber, tarde demais, que o porto seguro aqui estava

E se o remorso chegar,

No final de uma via tortuosa, sofrida

Será tarde demais para repensar

Fui capitã de marujo a deriva.

M E S
Enviado por M E S em 18/06/2017
Código do texto: T6031065
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