Vou matar-me.

Vou matar-me.

com três ou quatro canetadas,

assassinando o texto,

para depois sepulta-lo;

em um canto qualquer de página.

Vou matar-me.

E não aceito o vosso apelo frenético.

As poucas e boas palavras,

escritas e não lidas,

ditas e não ouvidas... Silenciarei!

Serei meu próprio carrasco,

sob os holofotes de tua hipocrisia.

Perdoem-me Bilac e Castro Alves,

mas caberá a Machado a honra de marginalizar;

minha exausta veia literária.

Prosaicamente amargando meus versos,

sadicamente torturando todas as rimas,

sem o lirismo, serei sucinto;

meus rabiscos pouco valem.

Poesia ou Prosa lírica? Vou matar-me!

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 14/08/2007
Reeditado em 14/08/2007
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