De Volta ao Lar

Enfim, inundada novamente,

Em espessos goles da minha dor.

Percebo que chega a hora

De perder-se ao vento, o amor.

E amarga bebida se torna

O viver dos dias e dessa sorte,

Morrer de angústias meu mal deixar,

O anjo que me guardou tantas noites.

E o lar já se havia tornado

Em meio a gritos e confusas convulsões,

Um choro de criança transtornada,

E abafados ávidos clarões.

E eu me tornei, nessa noite,

A própria imagem da angústia.

Com as mãos frias e pesadas,

Escrevendo cartas nas ruas.

E eu gemia nos becos,

Chorava nas esquinas.

Eram essas, esguias,

Ruínas de meus pensamentos.

E na falta do amor,

Na saudade da utopia,

Pudera eu querer, sem pudor,

Àquela que jamais se me entregaria.

_Carolina de Lima Oliveira.