Máquina de fazer metafísica
Onde eu estava quando me perdi de mim?
Estava tão certa dos meus caminhos
Eu cabia nas minhas escolhas
De repente me vi vazia
Sem lar, sem amor, sem pertencer
Talvez transcender a vida
Seja não caber nela
Como alguém que a observa passar
Num tempo que parece linear
Mas insiste em se repetir
Eu tenho medo?
Nem isso posso ter
Ando desprovida de tudo
Que cabe nesse verbo
Tao certo e tao vazio
Ter – ser – teser
Nos tornamos coisas medidas e calculadas
Que de repente se percebe plena de nada
Dor
É ela que me faz lembrar que estou viva