O Fim de Mim

“A esperança é a última que morre”

Então a sua morte, significa o fim de tudo

Se não mais há esperança, tudo está perdido

E perdido segue-se para lugar algum

“Meu caminho eu mesmo faço”, dizia eu

Doce ilusão que se acaba

Num momento único, realidade desnudada

Esperança arrancada a ferro e fogo

E agora, o que fazer?

Sobreviver dia após dia

Sem sentido, sem esperança, sem nada

A vida segue seu rumo

Envolta em sombras

Inundada de lágrimas

À deriva em densa escuridão

De alegrias me lembro, infelizmente

Pois se a lembrança perdesse

Ao menos da saudade livrar-me-ia

E agora, o que fazer?

Sobreviver dia após dia

Sem sentido, sem esperança, sem nada

De passo em passo eu vou

Sem objetivos

Sem sonhos

Sem ilusões

Despeço-me de tudo

Tudo quanto desejei

Tudo quanto esperei

Tudo em que acreditei

E agora, o que fazer?

Sobreviver dia após dia

Sem sentido, sem esperança, sem nada

Não se apiedem de mim

Eu mesmo não o faço

Pelo contrário: o ódio

Pela incompetência e incapacidade

“Imbecil, burro, idiota, incapaz”: digam-me

Nada além disso

Apenas um imbecil que se acreditou alguém

Acordei. E hoje, fracassado em tudo, me sei um nada

E agora, o que fazer?

Sobreviver dia após dia

Sem sentido, sem esperança, sem nada

Jefferson Andrade
Enviado por Jefferson Andrade em 18/08/2007
Reeditado em 19/08/2007
Código do texto: T612986
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