Semelhante àquele café preto
Neste instante choro,
Não sei se por desespero
Ou por medo
De ter que admitir
Que por ti senti
O que jamais cogitei
E foi na calada da noite
Junto com teu silêncio agonizante
Que me fiz ciente
Deste sentimento
Cujo se mostra tão tímido
Com sua meia face
No vão da porta entreaberta
De meu coração.
Agora sinto-me nua
Bem mais do que a nudez
Que tu já viu
Um pouco de vergonha, talvez
Ao te imaginar lendo
Esses versos tolos, que
Não me contive a escrever
Pois justamente, sei, que
Meus lábios não seriam capazes
De um dia, soletrar
Essas sinceras palavras
E que junto com elas
Chega de mansinho o gosto
Da despedida, um tanto amargo
Semelhante àquele café preto
De todas as manhãs, que
Se faz necessário para o
Fluir da vida.
Desejo-te um bom dia
E até mais