Semelhante àquele café preto

Neste instante choro,

Não sei se por desespero

Ou por medo

De ter que admitir

Que por ti senti

O que jamais cogitei

E foi na calada da noite

Junto com teu silêncio agonizante

Que me fiz ciente

Deste sentimento

Cujo se mostra tão tímido

Com sua meia face

No vão da porta entreaberta

De meu coração.

Agora sinto-me nua

Bem mais do que a nudez

Que tu já viu

Um pouco de vergonha, talvez

Ao te imaginar lendo

Esses versos tolos, que

Não me contive a escrever

Pois justamente, sei, que

Meus lábios não seriam capazes

De um dia, soletrar

Essas sinceras palavras

E que junto com elas

Chega de mansinho o gosto

Da despedida, um tanto amargo

Semelhante àquele café preto

De todas as manhãs, que

Se faz necessário para o

Fluir da vida.

Desejo-te um bom dia

E até mais

Ana C Goldenberg
Enviado por Ana C Goldenberg em 02/10/2017
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