Areia*

Areia*

Foi assim como o mar batendo nas pedras

espumando em silenciosos versos

coisas que só nós dois sentíamos

De modo violento ... suave

como quem vem ao encontro sem saber

e vai embora da mesma forma ...

Naqueles momentos tudo era tão palpitante

quanto o próprio vento

Não saber ... só sentir

Isso chama-se amor ... cegueira

Esquecemos que a calmaria é o anjo que anuncia

tempestades

Descuidamos das flores desistindo de nós

Sobrou pouco... muito pouco...

Quase arrisco uma pequena dor como

consolo; ponte

Ainda sinto teu olhar respirando sobre

o azul inconstante

cuja embarcação naufraga frágil dia após dia

Há também um resquício de saudade cutucando a

carne

em sinal da banalização das emoções

Agora retorno ao meu porto

sem nenhuma imagem verdadeira

...Onde estão os castelos que eu mesma

construí?...

Lúcia Gönczy

Lúcia Gonczy
Enviado por Lúcia Gonczy em 21/08/2007
Reeditado em 21/08/2007
Código do texto: T617990
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