CAPIM AMARGO

O sono levíssimo de repente, sumiu

A noite era um grande quadro negro

Súbito, uma estrela riscou-a de giz

Sensibilizou-me um som triste

Quase um lamento, um pássaro canta

Oh Deus! Que canto mais infeliz!

Só, reflito s/os caminhos do homem

Nas suas ilusões insustentáveis

Nos seus sonhos quase infantis!

Veio a minha mente, os que lutam

Sem nenhuma certeza do futuro

Não entendo como podem ser gentis!

Desejei poder romper-lhes as correntes

Que lhes atam nas teias da ignorância,

E nos seus credos e esperanças juvenis

Que lhes amordaçam o pensar

Que os fazem prisioneiros e caudatários

Dos espertalhões e dos vis

Vivendo sempre à margem

Condenados eternamente

A serem pobres e servis

Pensei na religião, na política

Tive raiva dos mistificadores,

Senti-me profundamente infeliz

Imaginei soluções extremas

Gritou dentro de mim um lado duro

Flertei com a cegueira dos fuzis

Por fim, embriaguei-me de vinho

Meus olhos se embotaram

Vermelhos e febris

Solitário como o diabo, não mais dormi

Lá fora,a lua, no alto era cheia e fria

Dentro de mim, a vida era vazia e gris!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 20/01/2018
Reeditado em 23/01/2024
Código do texto: T6231327
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