No território da maldade
A abelha fabrica o mel
e não sofre com a diabetes.
O traficante vive da cocaína
e dificilmente se droga.
Fazer o bem é bem mais fácil,
mas é incrível como cresce a maldade.
O bem e o mal
ou Deus e o diabo,
em sua versão mais original.
Uma população bem educada,
Ah, que bom a boa educação.
Comer de tudo e a qualquer hora
e como é bom comer bem.
Isso significaria menos gastos com a saúde,
a plenitude da vida
e menos fila pelos corredores
das oficinas de conserto de gente,
da gente doente, de tudo
e dali para o cemitério
e se é caro ou não o caixão,
pague quem puder,
pois nem sempre o Estado
está disposto a pagar
ou simplesmente não quer.
Salomé e Salomão morreram.
Morreu também a minha paixão
e não é a chuva quem mata
e sim o abandono.
Também ninguém morre de calor.
O que nos mata é a falta de amor
e a dor de não sentir nada.
Nada!
Nada de esperança,
nada de aliança no dedo,
nada de paz na comunidade,
e nada de saudade.
Saudade do que?
Do que se podia ter feito
e que não fizeram?
Saudade do Clero
e do que o padre não vê?
Cadê Jesus?
Tentei fazer o sinal da cruz,
mas até a cruz esses diabos levaram.
Nos ignoraram e nos ignoram.
Nos apavoraram e nos apavoram.
Não é mais possível acreditar em Papai Noel,
desde que a inocência se foi,
já em Deus, somos obrigados a crer,
até porque o pobre não tem outro recurso.
O percurso é longo, árduo
e finda com na primeira e única instância.
São as circunstâncias.
Não há mais dignidade na pobreza
e quanto a leveza do ser,
dependerá do peso do fardo,
Ricardo.
Capitão-do-mato é a ilustração
da figura de um ex escravo,
que por uns poucos privilégios,
passava a servir aos interesses do patrão.
E então, o que foi que mudou?
A dor continua,
com maior ou menor intensidade,
a depender da gravidade do ferimento.
O Firmamento pode estar logo ali,
mas vai ser uma tremenda sacanagem
e perdão, meu Deus, pela insinuação
ou blasfêmia, a depender da conotação,
se após tanto martírio e de tantos tiros,
ainda dependermos de senha para adentrar.
Dar aos pobres,
não tem nada a ver com emprestar a Deus,
pois quem criou essa máxima,
sempre fez de tudo,
para tirar o máximo de mim
e de nós,
simples e pobres mortais!
Dar a outra face,
pode valer a salvação.
Real ou ilusão?