AUTÔMATO

Na noite fria,

Cinzenta,

Caminhava tão somente,

Olhando o espaço vazio,

Como se lesse um conhecido,

Velho livro,

Em autômato movimento,

Sentindo apenas o vento,

A soprar-lhe o pé do ouvido,

E o corpo,

Os arrepios da solidão,

Acostumara-se a viver,

Ou pensava assim estar,

Acostumado com tudo,

Ou com nada,

Só o amor de outrora,

O fazia andar, andar...

Na noite cinzenta,

Na lembrança ,

De outras andanças,

E o livro fechado,

Pelo pensamento automatizado.

drmoura
Enviado por drmoura em 14/04/2018
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