Alguns solilóquios...

Ouço Noturno

em noturno pranto de amor e de saudade,

alegrias dos que sofrem

por amar diferente dos demais.

Ouço Noturno

e é já quase madrugada,

procuro a paz que ainda dorme a meu lado

como criança desavisada de sua dor,

que amanhã, certamente, ouvirá mais Noturno.

Ouço Noturno pelo prazer de ser triste

e pelo sentimento que em mim resiste

e não quer, jamais, ir embora.

Ouço Noturno para alvoroçar a fábrica de poemas

que me desnuda

no diurno cotidiano de um amante desigual

que persiste, como tal, a noturniar com Noturno

com e sem luas...

...e tudo!