4º MUNDO (ou Como Viver num País de 1º Mundo em Condições de 3º)

Perdem-se os olhos

Mas as visões flutuam.

Nadam as almas não voam

Nada se acalma tudo povoa

E chama o mundo

Enchama-se

E o fumo

Arde e afunda

Enfuna-se e alteia-se

Pedem-me e eu anseio

Dar o peito à morte

A sorte a um despeito

De ter forças

De ter forma

De ter vida

Furar o jogo

Vencer na ida

E perder-me a Norte

Para achar a gente

Negra

Pobre

Morta

E serena

E chamá-las

Ao ver as almas

Tristeza nos olhos

Nadarem…

Não se voa

Proíbe-o a regra

Quando o ar é de ouro