É UMA PENA

Oh,Minas Gerais!

Quem te conhece

Fica aflito

Tamanho o atrito

Dos teus ocupantes

Personagens ignorantes

Sem a mínima afetividade

Estuprando contínuamente tua natureza

Como se fosse perpétua esta beleza

Conquistada em milhões de anos de evolução.

Começaste mal

Paulistas bandeirantes

Paus-mandados,

Brasil-Portugal

Logo depois

Cortesões visitantes

Gente à toa

Esperta da Coroa

Avançando sobre tí

Tiranos em teu corpo

Febre do ouro

Profanando tuas entranhas

Façanhas dos descompromissados

Jogos de interesses pelos matos

Contínuos estaparfúdios fiascos

Tornando-te ruça colcha de retalhos.

E o pior?

Espalhando futuras genéticas

Absurdas tribos, tolas assépticas

Núcleos de somatização e poder

Que ao longo de todos estes anos

Vem teatralmente se masturbando

Orgasmos contínuos por te ofender.

Hoje quase exaurida

Alma triste atingida

Continuas sendo massacrada

Onde o carvão do que resta de tuas matas

Aquecem famigerados bolsos piratas

Sonorizadas estaparfúdias lástimas

Cantadas nas rodas mais que apertadas

Sobre eixos, carros de bois negreiros

Que trafegam vagarosamente no jeito

Imperfeitos por tantas desesperanças

Hediondas, pesadas, projetadas lambanças

Pelo trabalho escravo de tantas crianças.

Manha e sanha

Nestes delírios industriais

Siamêses dos riscos ambientais

Conclamando ilógicas odiosas manobras

Patologia capitalista, de quem não se importa

Com o sofrimento alheio, pelo culto ao dinheiro.

Teus fazendeiros

Em sua maioria

Por necessidade ou fobia

Tornaram-se gigolôs de vacas

Casta atrasada, irresponsável

Só enxergando "o lucro prático"

Depenando burramente a própria gleba

Hoje, terra ríspida em péssimos pastos

Quilômetros de solos mais que cansados

Eregindo aí suas tolas esfinges de cupim

Teatro fantasmagórico por tantas besteiras

Clima surrealista de uma novela bem mineira.

O incrível barroco

Santos do pau-ôco

Claramente de nada vale

Se os aleijadinhos, teus filhos

Estão contaminando os vales

Ruborizando montanhas envergonhadas

Hoje feias, por estarem sempre peladas

Agredidas em levas de tensas queimadas

Como também as desgraças fartas nas nascentes secas

Orfertando tristes rios vencidos por pororocas incertezas

Obras estéreis de uma sociedade... francamente alienada.

Certamente embebedadas

Por transfusões contínuas de cachaça

Cabeças rodopiando, bocas azêdas, amargas

Legiões assumidas, neste agora, de Bacos caipiras.

Ou então...

Na sina dos cérebros lerdos

Credos, restos, sangue grosso

Fôsso mental, escopo fisiológico

Previstos lógicos, trágicos óbitos

Pelo excesso de frituras, leite gordo, carne de porco.

Quanto à TFM

Ridículo "Non sense"

Casas abarrotadas

De cracas fosforescentes

Clube das calúnias impertinentes

Iluminando o cancro, o religioso

O grotesco, o uai sô, o mal gosto

Produzindo frutos muito emblemáticos

Como consequência nefasta da própria destreza.

Nas tuas cidades

Com raríssimas excessões

Os sermões dos desajustados

Ratos sujos, putos de superfície

Bajulando crônicamente a imundice

Como também a política ao pé-de-ouvido

Onde ao longo do tempo têm-se ouvido

As maiores e peculiares, ridículas idiotices.

Angustiado

Peço perdão

Sentindo-te perdida

Óbviamente ferida

Pelo incesto contínuo

Deste teu insano coletivo

Rudes inimigos, que num futuro

Trágico, duro, não muito longínguo

Gritarão estaparfúdios na contra mão

Insolentes puerís pseudo-bravuras

Acreditando "nas estórias" serem eles

Ofendidos desterrados, rebentos da culpa

E nunca os verdadeiros eloquentes filhos da puta.

Força bruta

Rupturas, desculpas, sempre amaldiçoando

Encrencando por teres chegado ao limite

Garrote vil no pranto de todos os cisnes

Loucos desarvorados, afobados, que insistem

Na agora utopia, "Liberdade ainda que tardia"

Via de encontros indigentes, teus descendentes

Mentes dementes, educadas nas tocaias fraticidas.

Por tudo isto

Cadê a boa gente?

Dizem que se acomodaram

Passando para outro lado

O que simplesmente duvido

Pois pessoas assim não some por aí

Gente sensível que sempre te defende

Conscientes pelo tudo que representas

Isentas de vaidades, mas com muita raiva

Dos bafos podres, ranger de dentes

Daqueles alienados, almas de serpentes

Insólitos regentes das melodias dos guizos

Nojentos visgos em todos os possíveis conflitos

Brigas de galo, cacos, sindrome ardida dos calos pisados.

Sim ...

Tenho saudade

Hoje, mais ainda por necessidade

De encontrar com aqueles grupos

Sumos originais mais esclarecidos

Onde mineirice

Jamais se confundiu

Com prepotência ou sandice

sem os delírios de superioridade

Maioridade de um verdadeiro amor

sem favores, almas sinceras em louvores

Por onde a consciência e o coração palpita

Só de ver-te, minha linda, nossa...Minas querida.

Alexandre Halfeld
Enviado por Alexandre Halfeld em 09/09/2007
Reeditado em 01/10/2011
Código do texto: T645420
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