Sombras

Não quero luzes acesas.

Meus olhos não conseguiriam ver tamanho horror.

Forças me faltam...

Encarar o indizível não tem sido fácil...

Vazio!

Sonhos ofuscaram a dureza real.

Já não temo o futuro.

Ojerizo essas faltas...

Ainda não há cicatrizes.

É sangue vivo o que tinge essa angústia.

Reverberam as vozes da última ceia.

Negocio entrâncias ante a próxima lápide.

Dificulto os caminhos.

Não abrirei os olhos.

Rejeito a esperança recém-descoberta.

Não acenderei lâmpada alguma.

Aproxima-se o ocaso de mim...

Não mais inquilinas.

Não mais disfarces.

Não.

Sem recomeços não há mais fim...

Marii Andrade
Enviado por Marii Andrade em 19/10/2018
Reeditado em 19/10/2018
Código do texto: T6480918
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