Par imperfeito

Par imperfeito

À noite, deita-te a meu lado, insone.

A manhã traz além de um sol apagado,

conversas frias.

Teu beijo é ácido e invisível

como s más surpresas.

Teu rosto é triste, quase sem natureza.

Meu olhar entristecido não te enxerga mais,

procura o olhar alheio na primavera

dos outonos, onde o verão

é mais ameno.

Amar assim dói!

Atroz é nosso destino descolorido,

há tão pouco existido,

mas com asas que não alçam voo algum.

Parto triste.

O amor é uma festa dos espíritos

e não apenas da carne como o teu desenha

e quer!

Fica, toma conta de tua tristeza, mas não vás embora

Sem antes chorar os teus lamentos

Para pagar meu sofrimento

De te amar sem qualquer esperança.

Depois de tudo feito,

Descansarei no peito

a chance de ter outro amor sem tanto fado,

onde possa sentir, não beijos amargos,

mas a doçura de amar-se livre...