UMA ROSA
Entre escombros relutantes por racionais,
Entre cores artificiais e objetos inertes,
Entre passos apressados carregados de ilusões
Existe uma rosa.
Uma rosa pura e natural.
Entre luzes opacas do ambiente rústico,
Entre olhares embaçados e tristes
Como o cair da tarde,
Seu brilho se fez maior.
Igual àquela estrela:
Visível, mas intocável.
Entre ventos conturbados
Que me debatem entre caminhos de solidão,
Eu a vi embalar-se docemente.
Intacta e indefesa.
E na ilusão do acalanto
Ela se fez mais viva
E eu amei cada pétala.
Incendiou-me com seu perfume
E brilhou mais forte para que eu pudesse vê-la.
Sua cor misturou-se com minhas fantasias
Embriagando-me entre sonhos desfeitos.
E por não poder tê-la entre meus escombros,
Partir por entre os escombros das minhas ilusões,
Sonhando com a rosa entre os escombros.