O maldito

Maldito homem

Maldito ser que gosta de pensar que conhece o significado de tudo

Até do que é felicidade

Maldito ser que rotula o inrotulável

Praticando o impraticável

Apenas deixando acontecer

Maldito seja aquele que cria conceitos

E vive de preconceitos

Só por deixar acontecer

Maldito seja eu

Que repetidas vezes pensei saber o que era o amor

E que dele viria a felicidade

Rotulando assim aquilo que não é rotulado

Praticando aquilo que não é praticável

Só deixando acontecer

Brincando com o animal morto

Que do conceito eu mesmo criei

Maldito seja aquele que cria mentiras

E as alimenta diariamente

Sem saber que é alimentado por elas

Maldito seja aquele que vive de favor na casa que depreda diariamente

Só por se dizer descendente

Daquele que o conceito ele mesmo criou

Alimentando essa mentira diariamente

Enquanto a usa para propagar seus preconceitos

Rotulando tudo aquilo que não entende

Como obra do proprietário ilusório