CAIS E ADEUS

O mar inteiro embota os olhos...

Vertentes de um despropósito saudosismo, pudera?

O sal escorre, liquefeito.

O rímel molha os sulcos da face

igual borra de café.

Ah... O vento me desgrenha as madeixas.,,

O sol morre laranja, lá onde a retina se perdeu.

Rebento do mar.

Intempéries contra as rochas.

Eu cá, subjetiva, indefinida,

cais e adeus.

A lágrima modifica o que somos,

arde e invade,

Assim como o bater da água na pedra modifica a paisagem.

Virgínia Moreno
Enviado por Virgínia Moreno em 14/02/2019
Código do texto: T6574456
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