Paradoxo

águas derramadas como folhas no outono

eu amo o brilho do sol, ele seca as lágrimas

um minuto é tão pouco quando se tem a eternidade

sou um peixe no esgoto que encontrou um lar

eu busco a paz enquanto grito

e busco reforço quando me isolo

a força vem da tentativa

e os olhares vem dos sons ouvidos

mãos dadas

braços amarrados

bocas coladas

corpos entrelaçados

águas derramadas são lamentos

o vento do outono é como o sol

calor esquenta a pele

o frio abraça os abandonados

eu busco a paz enquanto grito

espero o seu abraço

canto enquanto te esqueço

choro quando não lembro mais

sou um peixe no esgoto que encontrou um lar

isso ainda é água, acredito eu

ele me machuca quando digo não

isso ainda é amor, acredito eu