Canção do nada.
Estou em um deserto
Há chamas e avisos
Pessoa gritam... E se desesperam...
O cheiro é insuportável e já se consegue sentir carne torrada e muito sangue pelo chão
Não existem saídas, mas mesmo assim as pessoas clamam por socorro
Todos sabem o fim e as arrependem secretamente do óbvio
Mais em mim, há uma tormenta muito calma
Eu mal me movo e estou estupidamente tentando dormir
Nem toda a dor inundada me apavora
Estou espectante e pacífica esperando o fim
Nada me atingirá mais, não a nada a ser morto
Estou em corpo podre estirada e só
Não há som que me acalme ou me apavora
Estou preparada para voltar fluida e pertubada do lugar de partida
De onde jamais deveria ter me achado pronta pra ter saído.
Estou em estado de graça.
Tudo é silêncio.
Finalmente, a morte chegou.