Canção do nada.

Estou em um deserto

Há chamas e avisos

Pessoa gritam... E se desesperam...

O cheiro é insuportável e já se consegue sentir carne torrada e muito sangue pelo chão

Não existem saídas, mas mesmo assim as pessoas clamam por socorro

Todos sabem o fim e as arrependem secretamente do óbvio

Mais em mim, há uma tormenta muito calma

Eu mal me movo e estou estupidamente tentando dormir

Nem toda a dor inundada me apavora

Estou espectante e pacífica esperando o fim

Nada me atingirá mais, não a nada a ser morto

Estou em corpo podre estirada e só

Não há som que me acalme ou me apavora

Estou preparada para voltar fluida e pertubada do lugar de partida

De onde jamais deveria ter me achado pronta pra ter saído.

Estou em estado de graça.

Tudo é silêncio.

Finalmente, a morte chegou.

Mariana Zaché
Enviado por Mariana Zaché em 07/04/2019
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