O que resta?
Quando
oscilante entre a Ausência
do tempo
e o tempo da ausência
o riso
se transforma em esgar
o rosto
em espelho crispado
e as amêndoas dos olhos
inclinam-se
Para um lugar quimérico
Quando o silêncio preenche
As pausas do esvaziado cantar
E as estrelas deslizam
Como chuva
num bailado borrascoso
Anunciando terramotos
E maremotos
O que resta?
Manuel C. Amor
Horta, Agosto, 2007