Era domingo

Era domingo e o céu e o mar formavam uma cor de cinza e dor

As cores escorregavam pelas paredes da vida como tinta fresca, de tons amargurados, num ambiente insalubre e indesejado.

Se desprotegeu da melancolia e se devorou em versos desregrados, que serviam como calmantes para as suas horas de intensidades.

Ela sabia que se ignorasse a dor, dela se esquecia

Na tarde de domingo, naufragava em nostalgia, como um navio abandonado, esquecido no cais, à espera do último bote, que salvasse sua própria vida.

Jogava com o pincel toda a sua ira, rebocava a parede, extravasava toda sua agonia

Os versos gemiam uma dor aguda inacabada, tão profunda, que se permitia chorar naquele triste dia.

Era um domingo qualquer e suas asas de aprendiz, do sono profundo se emergia, em busca da liberdade que lhe pertencia.

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 21/05/2019
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