LIMINARES PARA UM NOVO MILÊNIO
A TODO HOMEM PÚBLICO IRRESPONSÁVEL, LADINO, CRUEL, QUE FAZ DO SEU GARGO, O REPASTO NATURAL, ARTESANAL, DA PRÓPRIA PATOLOGIA.
Morte e vida
Da Severina
Paraíba mulher macho
Encontrada ainda agonizando
Fedorento inóspito morro abaixo.
Em sua boca
Complexo sorriso amargo
Orientado por olhos vítreos
Longínguos, vermelhos, esbugalhados
Testa franzida, rosto muito pálido
Corpo retorcido, membros queimados
Como se fosse personagem sórdido
Micróbio nojento, perigoso, anaeróbico
"Infeccionando nossas artérias sociais".
Dói mais
É sentir o descaso
Necrose do faro
Por onde pululam
Os verdadeiros larápios
Irmãos das safadas rendas
Arquitetos maiores das encrencas
Sob as chancelas de expúrios governantes
Prefeitos mais que imperfeitos, tão atuantes
Que o sentido trágico, carcomido de emancipação
Destas tribos doídas, machucadas, seriamente alijadas
Corre neurológicos acidentes, trêmulamente de mão em mão
Em mal cheirosas garrafas de perigosas, vicinais... cachaças.
Safadeza!
Hipocrisia!
Quando impedem que a verdade
Francamente, afetivamente, seja dita
Festança nua das injustiças impingidas
Na imprópria dança dos dedos em riste
Escudada lide em luvas duras de pregos
Flagelo dos semblantes ruços esfoliados
Sempre obrigados a "Ofertar o outro lado"
Exigência política do nefasto... tanto faz
História antiga, do sempre oprimindo mais um
Fantasia infeliz do agora globalizado... Século XXI.