Calafrio
Negra noite, lua em prata, o tempo frio
Na areia daquela praia cochilei
No sonho, o sal, o som da onda, arrepio
No abraço de Calipso quase acordei
Maré cheia em pleno inverno, um turbilhão
Mergulhei entre sonhos que não vivi
Merecia consumar os bons, então
Macio corpo, doces lábios senti
Tua beleza meus olhos ofuscou
Tremendo, entontecido me pus de pé
Toquei-lhe, mas seu resto se dissipou
Tentei recorrer , assim, à minha fé
Em mim não encontrei, da mostarda o grão
Encerraram-se as alegrias, natais
E logo soprou o frio da expiação
Era porque eu não a veria jamais