Calafrio

Negra noite, lua em prata, o tempo frio

Na areia daquela praia cochilei

No sonho, o sal, o som da onda, arrepio

No abraço de Calipso quase acordei

Maré cheia em pleno inverno, um turbilhão

Mergulhei entre sonhos que não vivi

Merecia consumar os bons, então

Macio corpo, doces lábios senti

Tua beleza meus olhos ofuscou

Tremendo, entontecido me pus de pé

Toquei-lhe, mas seu resto se dissipou

Tentei recorrer , assim, à minha fé

Em mim não encontrei, da mostarda o grão

Encerraram-se as alegrias, natais

E logo soprou o frio da expiação

Era porque eu não a veria jamais

Renato Pereira Aurélio
Enviado por Renato Pereira Aurélio em 18/07/2019
Código do texto: T6698541
Classificação de conteúdo: seguro