Tropeços e Tropeços
Ofuscado pela luz dos teus olhos, gris,
Tropecei de repente em teu sorriso, azul,
E cai, inconsciente, nessa estrada pueril,
Seguindo as batidas do teu coração, minha bussola.
Sou tua sombra, te vigio, até onde não estás,
Te sinto dócil, no meu amargo gole de cerveja,
Te sinto cruel a repelir meu insistente olhar languido,
Persistente, contumaz, pela aurora de um simples sorriso.
Tua áurea reflete nos coloridos letreiros comerciais,
Sento-me ao bar mais próximo, pego uma cerveja,
Viajo, acompanhado de tua sutil e delicada beleza,
Te abraço, te beijo, te trago, feliz à brisa do Sena.
Um frio chuvisco, ocaso do inverno, ameaça,
Desperto, pego a minha taça, sinto forte odor,
Estou bebendo ao lado de um canal,
Na querida cidade de Salvador.