A morte de um rapaz (OBRA PÓSTUMA)

Eu lembro de um tempo em que eu amava o amor

Lembro de um momento em que tudo o que sonhava era encontrar aquele único, verdadeiro e genuíno amor.

Eu lembro de um tempo em que chorava por não encontrar esse tão esperado amor

e suplicava aos céus até que ele chegou.

Houve um tempo em que minhas veias pulsavam paixão e havia riso nos meus lábios,

meu coração pulsava forte

minha alma se tingia em sorte

meu amor passava longe da morte.

Houve um tempo que eu chorava por não ter a quem dar todo esse amor que continha dentro de mim.

e suplicava aos céus até que ele chegou.

Eu ria, eu chorava, eu chovia

e o amor só crescia dentro do meu peito apertado

e meu riso era puro, meu choro era sincero, minha chuva era refrescante

e o amor só crescia dentro do meu peito com tanto espaço

e suplicava aos céus até que ele chegou.

Eu tinha um medo bobo de me entregar, uma vontade louca de mergulhar

e eu fui. deixei tudo pra trás e fui.

e o amor foi como uma poça d'agua é para uma formiga

parece ser infinitamente profunda, mas é raso como o fundo de um prato.

e suplicava aos céus até que ele chegou.

Eu me fiz formiga pra me adequar ao amor que tanto suplicava,

mas formigas não podem nadar em poças rasas,

mas formigas não tem asas

E eu tinha.

Fui até o fundo dessa poça, cavei um oceano pra fazer com que aquele fosse o amor que eu tanto precisava, mas não adiantou nada.

O buraco era fundo, mas ainda havia pouquíssima água.

Percebi isso e chorei todas as minhas lágrimas, mas não adiantou nada.

As lágrimas eram a minha água.

Não me conformei e derramei litros de sangue, mas não adiantou nada.

A poça se tornou funda, agora tinha bastante água, mas o amor não se constrói com gotas de sangue.

E eu suplicava aos céus até que ele chegou.

Quando estava em pedaços, destruído e embaraçado

decidi dar um fim ao que chamava de namorado.

O amor se foi, esgotei.

O amor morreu, pacifiquei.

E suplicava aos céus pra que curasse as cicatrizes que ele deixou.

Abandonei o amor, corri sem olhar para trás.

O pouco de mim que acreditava hoje descansa em paz

nas profundezas de um jovem rapaz que mora dentro de mim,

mas não tem a audácia de sair mais uma vez

e suplicar aos céus até o amor chegue

pra dizer que renasceu mais uma vez.

David Alex
Enviado por David Alex em 18/09/2019
Reeditado em 18/09/2019
Código do texto: T6747619
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