Agonia

Refugiou-se na alma

Janelas fechadas enfim

Quis a certeza do agora

Não mais ver seu fim

Início sem horizonte

O qual não via ali

Como pode então

Querer na alma existir

Olhos estranhos que olham

Pretendem a certeza roubar-lhe

Sorrir o riso amargo

Cravar o espinho em sua carne

Não vê sua alma as luzes

Do horizonte finito que almeja

Agora distante ele existe

Levou o sorriso e a beleza

À porta...esperança

Senhora e dona da chama

Já não fala, se cala

Pois sabe a quantos engana

Seu calor lhe aquece as entranhas

Alcança sua alma em perigo

Que anseia notícias de longe

Daquele horizonte perdido

Notícias que escondem

A esperança que encerra

E se cala na ausência

Daquele horizonte que era

Que agonia, lhe fala

Não abra a janela, lhe implora

Esconda-me dos olhos

Que me veem após a aurora

Roubar eles querem

A esperança que cala

Na ausência da fala

Daquele horizonte que vive

Respondendo aflito

Tal anseio vivido

Lhe sussurra aos ouvidos

O horizonte decide

Se te deixa a esperança

Ou liberta ao gemido

Claudio Almico
Enviado por Claudio Almico em 26/09/2019
Reeditado em 06/07/2020
Código do texto: T6754078
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