UM REI SÓ
Na beira do caos se procura um rosto,
Um ombro amigo, a mão estendida;
As escolhas se estreitam, afunilam,
Tanto, que não tem como sair.
Aí os teus os olhos turvam
Na penumbra interior da deserção,
Já não há mais Deus, muito menos fé
Já não há mais nada, já não há você.
A compreenção doída dos porques:
Porque tanta arrogância e prepotência?
Quem foi você ou queria ser?
Queria ser rei em terra de indigentes,
Para convencer a quem, senão a você,
E agora, o que restou?
O amor próprio em fragmentos,
A dor de um rei só.