UM REI SÓ

Na beira do caos se procura um rosto,

Um ombro amigo, a mão estendida;

As escolhas se estreitam, afunilam,

Tanto, que não tem como sair.

Aí os teus os olhos turvam

Na penumbra interior da deserção,

Já não há mais Deus, muito menos fé

Já não há mais nada, já não há você.

A compreenção doída dos porques:

Porque tanta arrogância e prepotência?

Quem foi você ou queria ser?

Queria ser rei em terra de indigentes,

Para convencer a quem, senão a você,

E agora, o que restou?

O amor próprio em fragmentos,

A dor de um rei só.

Beto Pupo
Enviado por Beto Pupo em 10/10/2007
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