DESEJO VIDA

Por dentro derrama

desejo vida,

cobiça incontida de viço

nos atos, esperas e crenças.

Porque sem desejo a existência

é água que lava o cadáver

do que sucumbiu de sedento;

vazio de púbis eunuco.

O aflito desejo se espalha

por vísceras, veias e nervos,

invade o sacrário emoções,

até conseguir os sentidos.

Atado aos sentidos inquietos,

arroja-se audaz para fora

e frente aos horrores que sente,

mutila a existência de vez.