Quimera

Abruptamente,

o afeto chegou.

Ele veio em minha direção

e inundou o meu coração

de esperança e rima.

Banhei-me no mar de flores

que jorrava do futuro sem dores

prometido ao meu Eu-menina.

Rendi-me facilmente a ti,

Mon Amour.

Lembro-me de haver sussurrado

de mim para mim mesma:

é ele quem irá privar-me da vil tristeza.

Submeti-me ao teu bel-prazer,

Meu Desejo,

crendo piamente na quimera

que tu plantaste em meu âmago

ao encher-me de beijos.

Tu foste meu quando me tomaste tua?

Destroce-me com a pungente verdade!

...

A lua acalenta a minha pele

que, branca de desamor,

revive tolamente os vestígios de um amor

que sequer chegara a nascer.

Jeane Tertuliano
Enviado por Jeane Tertuliano em 24/04/2020
Reeditado em 24/04/2020
Código do texto: T6927216
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