Depois de salvar a esperança em dois tempos:
No indicativo de um pretérito perfeito,
Já se ouvia o som fúnebre...
De um futuro do presente.
Saqueada pelos olhos de inquérito
Trazia como ostentação a culpa
Vestida de capa preta
Pra se esconder de sua alma aventureira
Lançada como flecha
Que mirou cortante.
O carimbo estampado de paitês
Devolveu-lhe cor em reflexo
Na testa brilhante,
À óleo de vergonha (que não tinha)
Pois-se feita, olhos dispersos pelo mundo:
Soldado e vagabundo. 
Na ferida cicatrizada, o queloide da desesperança 
Sem retoque,
A sepulta, em vala comum.
- Que o próximo a tenha!
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 13/05/2020
Reeditado em 13/05/2020
Código do texto: T6945655
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