Amor-Próprio

Que essa raiva me nutra,

Tal cereal, legume, fruta…

E hortaliça.

Chega de fazer ponto na Dutra,

Ninguém me f..., Kama Sutra…

Agora sei a metade da missa.

Quero ficar de molho,

Nas decepções ácidas vomitadas por meu olho…

Pra me lavar dos teus vestígios.

Vou me libertar do vício em ópio,

Publicar o amor-próprio…

Não me iludir mais com seus prodígios.

Se tivesse mais alma pra dar, eu daria,

Mas certamente falta faria…

Pro meu restinho de dignidade.

A proporção do prazer dado,

Resultou em dores ao quadrado…

Talvez até em maior quantidade.

Preciso passar pra outro módulo,

Retirar esse nódulo…

Que me corrói por dentro em tantos "quases".

Saiba, lá não haverá mais "poesia"

Quando minhas palavras vazias…

Conseguirem se libertar das tuas frases.

Se ao menos nos amássemos,

Aceitaríamos no mínimo o máximo...

Ainda que fosse pouco.

Sem relações consignadas,

Quero tudo inda que seja quase nada.

Não aceito mais esmolas ou troco.

Que essa raiva me nutra,

Tal cereal, legume, fruta…

E hortaliça.

Chega de fazer ponto na Dutra,

Ninguém me f..., Kama Sutra…

Agora sei a metade da missa.